quinta-feira, 20 de março de 2008

Pacto com Lucifer o primeiro Anjo




O Luciferianismo, não possuindo uma divulgação tão grande quanto o Satanismo, ainda é muito desconhecido, e até mesmo mal interpretado pela maioria das pessoas. Enquanto muitos o julgam como sendo uma religião das trevas, na verdade não há título mais injusto do que este para ser-lhe atribuído; isto porque esta filosofia é centrada na procura da Iluminação (Divindade) pessoal através do caminho do conhecimento e da sabedoria. Que religião obscura teria um propósito tão nobre?
O Luciferiano, adotando Lúcifer como seu referencial, almeja alcançar as qualidades que este Ser representa, a saber: sabedoria, conhecimento, orgulho, liberdade, vontade, desafio, independência e iluminação. Ele está sempre procurando por seus limites para poder alcançá-los, e então transcendê-los, sabendo que este é o único caminho para sua evolução. Nossa essência divina não é algo pronto: ela está dentro de nós, mas precisamos desenvolvê-la para que ela possa despertar. Devemos nos lembrar que somos os únicos responsáveis por nossa própria evolução, e por isso outra característica fundamental dos Luciferianos é a capacidade de discernimento. Afinal, embora no Luciferianismo nada seja proibido, sabemos que nem tudo nos convém. Ao realizarmos um ato, devemos estar preparados para suas conseqüências.
Uma questão que surge freqüentemente é o por que da utilização de um nome que nos remete ao cristianismo, ao demônio cristão, já que é defendido por todos os Satanistas, e conseqüentemente Luciferianos, uma independência em relação a este conceito.
Há duas respostas possíveis, e ambas são verdadeiras.
A primeira, e primordial, é que apesar do cristianismo utilizar-se do nome Lúcifer e Satã, como já foi visto anteriormente estes nomes existiam independentes da citada religião, e por isso mesmo referem-se a seres diferentes do demônio cristão. São arquétipos antigos, que carregam consigo, apesar das distorções das quais foram vítimas posteriormente, toda a energia da egrégora à qual pertenciam e o conjunto de idéias construídas e representadas pelo seu nome originalmente.
Por este motivo Lúcifer e Satã têm que obrigatoriamente serem tratados como entidades diferentes para que possamos entender a diferença entre o Luciferianismo e o Satanismo. A diferença principal entre as duas escolas de pensamento está diretamente relacionada à esta idéia particular que cada nome possui embutido em si.
A segunda, utilizada por alguns satanistas, é o impacto que este nome causa nos dias atuais. É um jeito de chamar a atenção no meio de tantas informações, para então poder mostrar ao que verdadeiramente ele se refere.
A principal diferença do Luciferianismo para o Satanismo é justamente o enfoque na procura pela sabedoria, ao invés da oposição. Isso pode ser facilmente percebido na análise dos nomes Lúcifer e Satã. Lúcifer vem do latim Lux, Lucis = luz Ferre= portador, ou seja, o Portador da Luz, enquanto Satan, de uma corrupção do nome do deus egípcio Set (Set-hen), em hebraico significa Adversário. O Luciferianismo é exatamente um aprimoramento do Satanismo, já que este é limitado em sua visão da evolução humana como necessária ao alcance desta divindade.

As denominações Luciferianas

Sendo o Luciferianismo uma religião profundamente subjetiva, construída baseada nas experiências de cada um, e sendo ela mesma o fruto de diversas influências, é comum aqueles que compartilham os princípios Luciferianos incorporar a eles outras culturas, podendo estas tanto ser pagãs ou não.
Isso refletiria em uma infinidade de denominações se o aspecto utilizado para designá-las fosse as egrégoras e filosofias incorporadas por cada um. Por este motivo o aspecto utilizado para classificar o Luciferianismo é o modo como o praticante aceita a existência de Lúcifer. Existem duas designações que embora sejam contrárias no referente a este aspecto, compartilham das mesmas bases comuns ao Luciferianismo.
Eu adoto os termos Deísta e Agnóstico para designa-las do que os termos Tradicional e Moderno, comumente utilizados no satanismo. Esta escolha não implica apenas na intenção de uma diferenciação para ambas filosofias, mas principalmente pelo sentido de cada um deles. Os primeiros trazem em seu significado diretamente a idéia utilizada para distinguir uma denominação da outra, o que não acontece com os segundos.
Além disso o termo tradicional e moderno nos leva a pensar de maneira errônea a respeito da filosofia, se fosse aplicada a esta. O Luciferianismo é ao mesmo tempo uma religião tradicional e moderna: tradicional por ser construída em cima de filosofias passadas de geração a geração durante séculos, e moderna por estar sempre em construção, não sendo algo pronto e imutável.

O Luciferianismo Deísta
Os Luciferianos Deístas são aqueles que acreditam em Lúcifer como um Ser, geralmente este identificado como sendo o próprio Cosmos, ou seja, um Ser que está em tudo e que sendo pleno, de nada necessita.
É o "Deus dos inumeráveis números, que cria os próprios membros, que são os deuses". A busca predominante do Luciferianismo está no progresso do espírito humano, sendo que na denominação Deísta o final desta jornada resultará no alcance da unidade indivisível de homem e Deus, condição anterior e eterna. A filosofia de Plotino pode ser bem colocada aqui, já que segundo ela o mundo emana de um deus primal (Lúcifer), através de graus e a Ele se eleva e retorna.
Ao contrário do que se poderia pensar, então, não há um culto a Lúcifer como a maioria das religiões cultua seus respectivos deuses. Lúcifer não é apenas aceito como um deus acima dos homens, e por isso inalcançável a estes, mas como um deus do qual carregamos a essência dentro de nós. Lúcifer antes de tudo é cultuado no próprio adorador, pois ele acredita que sendo uma emanação de Lúcifer, se torna UM com Ele.
Os rituais são de grande importância para os deístas. É através deles que o praticante experimenta de forma mais profunda este contato entre ele e o divino, vislumbrando o que ele mesmo um dia será através de suas buscas.

O Luciferianismo Agnóstico
Para os Luciferianos agnósticos Lúcifer é aceito como um arquétipo. Não há uma crença em um deus primal, sendo o homem visto como seu único deus, seu próprio princípio e fim. Esta visão Luciferiana é claramente influenciada pelo Satanismo Moderno iniciado por Anton LaVey, com a publicação da Bíblia Satânica. É uma procura pelo verdadeiro "self" sem se utilizar a idéia de alguma divindade por detrás dele, contendo aspectos extremamente humanistas. A procura pela sabedoria neste caso também é com o intuito de se tornar um deus no sentido de se tornar algo além do comum, seu próprio Senhor através do conhecimento de si mesmo. A idéia de continuação de uma vida após a morte não se encontra em uma suposta outra dimensão, e sim na imortalidade de suas obras.
Não havendo a crença em algo além do aqui e agora, os rituais realizados pelos agnósticos tendem a se concentrar apenas no princípio do poder da mente para mudar fatos de acordo com sua vontade. Os próprios rituais são colocados em segundo plano por serem utilizados apenas para este propósito, em situações especiais que poderiam requerê-los.
No Luciferianismo Lúcifer jamais é interpretado como sendo a personificação absoluta do mal. A aceitação de tal visão cairia necessariamente na aceitação e validação do dogma cristão com suas alegorias sobre a existência de um salvador externo ao próprio indivíduo, tão contrária da posição Luciferiana sobre o assunto.
Tanto para os Agnósticos como para os Deístas, ele sempre é visto como Aquele que possui em si todos os opostos, ambos se encontrando em equilíbrio. O que são os opostos senão complementos de si mesmos? Por que repudiar um e adorar a outro?
Talvez os opostos mais polêmicos sejam o bem e o mal, devido à grande ênfase dada a estas forças por vários sistemas religiosos. O dualismo é a maior prova da ignorância dos sistemas monoteístas, onde há conflito entre a Luz e as Trevas, entre a carne e o espírito, onde o triunfo do deus do Bem só ocorrerá após a eliminação do mal. Esqueçamos o conflito entre estas duas forças, tão amplamente pregado por diversas filosofias. Pensemos ao invés deste conflito em uma harmonia, que traga o equilíbrio ... estas forças existem e podem exercer influência sobre nós apenas até serem confrontadas e conseguirmos transcendê-las. O bem e o mal são dois aspectos de um só ato; estão presentes dentro de cada um de nós e em toda a natureza. As polaridades antes de se chocar, se atraem, acabando por se completar e levar ao equilíbrio, e é aí que está sua importância. O homem não pode evoluir praticando apenas o bem, assim como praticando apenas o mal. Isto porque o bem e o mal são relativos, conceitos que mudam no tempo, em diferentes ocasiões e até mesmo de filosofia para filosofia. Só conseguiremos reconhecê-los ao vivenciá-los. Nunca devemos nos esquecer que todos somos seres únicos nesta esfera causal, assim como nas próximas até atingirmos a esfera do equilíbrio e plenitude, e por isso possuímos experiências, pensamentos, percepções e concepções únicas também. Afinal "todo homem e toda mulher é uma estrela", e todas as estrelas juntas formam apenas um ser maior, o Cosmos, ou o próprio princípio criativo.
O Luciferianismo não é uma religião fácil de ser vivida, ao contrário do que muitos julgam. Esta é uma grande ilusão de quem se arrisca a opinar sem ao menos tentar vivenciá-lo, já que o primeiro passo é romper com as idéias e regras impostas durante séculos a nós. É preciso além de muita determinação e força para se livrar destas amarras, se autoconhecer e ter coragem de tornar-se seu próprio Deus. Não é uma religião para os covardes que se escondem atrás de uma mentira, preferindo sufocar seus ideais e até mesmo sua realização neste plano para obter a "segurança" de uma falsa promessa.
Realmente é assustador assumir a responsabilidade da construção de sua própria vida, saber que somos os únicos responsáveis por nossos erros e acertos, por nossa tristeza ou felicidade, por nossa liberdade ou escravidão. Talvez seja este o motivo que leva muitos a nos temerem e muitos a nos respeitarem: o ser humano se acostumou de tal modo a viver na escuridão, que quando presencia uma luz ou a teme ou a admira ao longe, sendo poucos os que se arriscam a serem iluminados por ela.
O Luciferianismo é em geral transmitido oralmente e na maioria das vezes praticado solitariamente. Poucos são os Luciferianos que o praticam em grupo, devido ao subjetivismo inerente a esta filosofia. Apesar de os princípios serem comuns a todos, o Luciferianismo só adquire realmente valor quando o praticante deposita nele as verdades que pôde contemplar dentro de si, sendo primordial descartar qualquer ponto que seja discordante com elas. Não é uma religião que se preocupa em ser aceita pela maioria; ao contrário, prefere se ocultar desta para que não ocorra nenhuma distorção de sua essência. Damos mais valor a um pequeno grupo de praticantes do que um grande número de "seguidores". Em nossa crença não há lugar para seguidores, e sim para mestres, já que o único mestre de cada um é si mesmo.
Baseando-se neste pensamento é que toda ordem Luciferiana se propõe apenas a mostrar ao iniciado o início do caminho... conhecê-lo realmente e percorrê-lo, vai depender unicamente da determinação de quem é corajoso o suficiente para conhecer a si mesmo, e tornar-se o seu próprio Deus

Magia(k) Luciferiana( Créditos Literários)
Escrito por Lilith Ashtart
Deixa que eu, junto a Ti sob a Árvore da Ciência, Repouse, na hora em que, sobre a fronde, hás de ver seus ramos como um Templo novo se estender!”.
Charles Boundelaire

O Luciferianismo possui uma ampla diversidade de rituais, sendo que cada denominação possui características próprias no modo de trabalhar sua parte ritualística. Devido às diferentes e numerosas influências as quais o Luciferianismo foi submetido, como pôde ser visto anteriormente, arriscaria dizer que a Magia(k) Luciferiana é uma das mais ricas que podemos encontrar dentro do Left Hand Path. Este capítulo será dedicado ao estudo da ritualística do Luciferianismo Deísta, e algumas vezes será comentada também a visão Satânica sobre o assunto, para mostrar sua diferença.
A Magia(k) Luciferiana é essencialmente magia(k) interna, embora também seja utilizada a magia(k) externa em suas duas variações, a Hermética e a Cerimonial. O ritual hermético é aquele que é realizado solitariamente pelo praticante, enquanto que o ritual cerimonial é realizado em grupo, dentro de um Templo ou em um local dedicado às cerimônias. É um ritual mais complexo para ser realizado, pois envolve a utilização de armas mágicas, vestimentas e demais itens determinados em uma cerimônia já formulada para um certo fim, e que deve ser executada geralmente em dias, horários ou períodos determinados. Além disso, é necessário que o praticante esteja em contato com algum Templo ou grupo Luciferiano/Satânico para realizá-lo, pois é necessário mais de um indivíduo para sua execução.
O porque da ênfase na magia(k) interna vai ser mais facilmente entendido depois da explicação da diferença entre magia(k) externa e interna. A magia(k) interna é aquela que como o próprio nome diz, envolve mudanças no indivíduo, não apenas em seu estado de consciência, através da utilização de certas "técnicas" mágicas, mas principalmente no indivíduo como um todo. Ora, sendo o Luciferianismo uma filosofia que gira em torno do desenvolvimento do indivíduo até que este alcance a perfeição, nada mais lógico que o tipo de magia(k) preferencialmente utilizada seja a que envolva mudanças no próprio indivíduo. Afinal, quem não consegue mudar a si mesmo, menos ainda conseguirá mudar eventos a seu favor. Isto deve ser um pensamento constante na vida de um Luciferiano.
A magia(k) externa é aquela que envolve mudanças externas de acordo com a vontade do magista. A magia(k) externa tende a causar extremo fascínio nos praticantes, porém temos que lembrar que ela está subordinada à magia(k) interna, podendo apenas ser bem executada quando o praticante já possuir algum conhecimento e controle sobre si mesmo e assim, sobre o "mundo" que o cerca. A seguir comentarei algumas idéias polêmicas que giram em torno de um ritual satânico segundo a crença popular, além de passagens, simbologias e instrumentos utilizados.

A realização de Pactos(créditos Literários)
Escrito por Lilith Ashtart
Entre tantos mitos associados ao satanismo há um que é a chave fundamental para todos os outros: o pacto com o demônio. Na concepção vulgar tudo o que discutimos anteriormente, ou seja, missas hereges, sacrifícios, magia negra e afins seriam destinados apenas ao propósito de agradar a este ser para obter dele favores. Toda esta idéia de dinheiro, fama e poder em troca de sua alma é pura bobagem utilizada por mentes infantis, corrompidas ou desprovidas de informação.
A idéia do pacto não pode existir no satanismo ou Luciferianismo, não neste seu contexto popular e errôneo, justamente por ir contra a própria filosofia. Mesmo para os adeptos da escola Tradicional isso é inaceitável: todo Luciferiano tem consciência que está em suas mãos a responsabilidade de conseguir tudo o que deseja, que sem esforço e vontade nada simplesmente virá de graça.
Para os Modernistas isto é verdadeiro devido ao fato de serem seu único deus, e não existir nenhuma deidade para quem possam ou desejem recorrer. Para os Tradicionais isto é verdadeiro por acreditarem inicialmente que toda ação deve vir de si mesmo, e que através dessa sua Vontade inabalável conseguirão fazer com que toda a natureza responda a seu favor, assim como qualquer entidade, seja ela superior ou inferior. Esta é basicamente a diferença entre as duas visões, mas o princípio aceito é o mesmo: cada um é responsável pelas suas próprias conquistas ou derrotas, pela sua força ou fraqueza, por ser um senhor ou um escravo.
Qualquer subordinação à uma Vontade alheia a sua é um tipo de servidão, e por isso mesmo o Luciferiano não permite nem deseja ser controlado por outros seres, como é a idéia inicial do pacto com uma entidade qualquer. Para alcançar sua evolução ele precisa experimentar e transpassar todas as barreiras por si mesmo. Se ele recebesse tudo facilmente, qual seria o sentido nisso? Apenas desfrutar temporariamente destes prodígios? Para que, já que ele sabe que pode desfrutar de tudo ao mesmo tempo que ao conseguí-lo estará dando mais um passo rumo ao encontro com sua divindade interior?
Outra barreira preocupante à evolução individual, e mais perigosa do que qualquer outra é a auto-ilusão. Alguns tornam-se cegos por ela, enlouquecendo e nem percebendo isso. Começam a ver seres em tudo, e a acreditar que estão no fim da jornada quando mal começaram a dar os primeiros passos. Para estes que se perderam nada resta e por isso não merecem nada além de nosso desprezo. Não devemos perder nossas energias com eles. O caminho da evolução é também o da separação entre os Deuses e os Servidores.
Mas a simbologia do pacto também pode ser aplicada de uma maneira mais sensata ao Luciferianismo. Não o pacto com o demônio pelos motivos já explicados, mas um compromisso consigo mesmo, com sua própria Vontade para lutar por tudo aquilo que deseja, e principalmente pelo grande ideal Universal, que é o encontro com sua própria divindade. Este é o único tipo de pacto aceitável dentro da filosofia Luciferiana, e qualquer outro sai totalmente do propósito desta.

O Pentagrama
Escrito por Lilith Ashtart( agradecimentos e consulta Literária)

O pentagrama é um símbolo extremamente antigo, ao contrário do que algumas pessoas pensam, e já foi e ainda é utilizado em diferentes filosofias tendo diferentes significados do que o utilizado por nós. Ele é o símbolo mágico por excelência, representando os quatro elementos: ar, terra, fogo e água, além do espírito (a luz é utilizada ao invés do espírito pelos gnósticos-maniqueístas).
A primeira representação do pentagrama utilizada como um símbolo que continha significado oculto data de Pitágoras que acreditava estar nele a perfeição, já que representava o equilíbrio entre o corpo e a alma.
Há duas maneiras de representar o pentagrama, conforme ilustrado na figura abaixo:

A forma "normal" compreende dentro da estrela a figura de um ser humano e os nomes dos supostos pais da humanidade, Adão e Eva, enquanto a forma "invertida" possui desenhada em seu interior a cabeça de um bode e traz o nome dos supostos pais dos demônios, Lilith e Samael. Devido a estes nomes a primeira forma geralmente é associada a magia branca, enquanto a segunda a magia negra ( é importante ressaltar que magia "branca" ou "negra" é a mesma magia, apenas possuindo propósito diferente, como já foi visto anteriormente. Esta separação entre os dois tipos de magia foi criada por pessoas que insistem no duelo entre o bem e o mal, que se deixam escravizar por um renegando o outro, o que jamais é aceito por um Luciferiano. Sendo assim, no Luciferianismo esta separação não é utilizada, já que há tanto rituais destinados a causar o bem quanto ao mal, isso dependendo apenas da vontade do magista).
A forma "normal" simboliza o espírito acima da matéria, enquanto a forma "invertida" simboliza o contrário, ou seja, a matéria sobre o espírito. Uma visão que pode ser considerada tanto Satânica como Luciferiana deste símbolo pode ser exemplificada pelo que o Templo de Shaitan cita em um de seus escritos: " ... no centro do símbolo está o pentagrama representando o homem finito dentro de um universo infinito, compreendendo que os limites impostos pela serpente podem ser transcendidos ou expandidos através da própria compreensão de si mesmo. O pentagrama representa os quatro elementos encimados pelo espírito. O pentagrama “invertido”, contudo, representa o espírito penetrando profundamente na matéria (...) O pentagrama “invertido” tem toda uma história associada a magia negra e a feitiçaria. Isso nos faz lembrar os cultos das dinastias negras do Egito, o mais antigo de todos os deuses, o inefável Set, (...) em uma compreensão do universo que englobava os lados luz e sombra. Outro culto similar foram os yezidi (...): um culto onde a divindade era o potencial para todas as coisas, não sendo boa ou má, apenas sendo".
É um símbolo utilizado freqüentemente em rituais, na maioria das vezes como um símbolo de proteção, servindo também para banir ou invocar seres.

Ritual de Auto-Iniciação Luciferiano
Escrito por Lilith Ashtart
Introdução:
A iniciação é um ritual presente em quase todas as religiões do mundo, sejam elas representantes do Velho ou do Novo Aeon. Ela pode estar presente de forma explícita ou não; ser executada logo nos primeiros anos de vida do indivíduo (e assim este ser iniciado independente de sua vontade) ou quando este desejar tê-la; ser realizada através de um ritual hermético ou cerimonial.
O primeiro propósito da iniciação é colocar o indivíduo em contato com a egrégora da respectiva filosofia que ele está adentrando. Este passo cumpre-se em todas as iniciações, sejam elas voluntárias ou não. Porém o real objetivo da iniciação só é atingido com a escolha voluntária do iniciado: quando ele assume um compromisso consigo mesmo de vivenciar aquela filosofia. Para isso ele deve de livre vontade aceitá-la, pois nada que é imposto é vivido em sua plenitude. Quando utilizo a palavra "aceitar" não me refiro simplesmente ao ato banal de seguir dogmas pré-estabelecidos por outrem. Ao contrário: é de suma importância que ele descubra dentro de si qual sua verdade, mesmo que inicial, para assim aceitá-la e dedicar-se a aprimorá-la cada vez mais, até que possa descobrir sua verdadeira Vontade.
Sendo assim a iniciação pode ocorrer mesmo sem a realização de um ritual, já que é a aceitação de uma verdade e compromisso consigo mesmo para atingir determinada meta. A realização do ritual, porém, é um modo a mais de afirmar este compromisso.
Todos sabemos que é muito mais fácil trabalhar com elementos reais do que apenas mentalmente. Ao executar um ritual, estaremos envolvendo elementos físicos como símbolos, cores, palavras que refletirão em nossa mente, facilitando então alcançarmos nosso objetivo através de uma maior concentração, envolvimento... mergulharemos mais profundamente dentro de nós mesmos e do próprio Cosmos, em todas as suas manifestações.
O ritual que forneço a seguir é uma sugestão de um auto-ritual de iniciação Luciferiana. Seria interessante o leitor mudar o que achar necessário para se adaptar à sua própria filosofia, caso deseje realizá-lo.
Ritual
- Prepração do Templo:
- Deve ser traçado um círculo na côr verde grande o suficiente para que dentro dele possa ser montado o altar. Ele não pode atrapalhar os movimentos durante a execução do ritual.
- O altar deve situar-se ao leste, e acima deste devem estar os seguintes materiais: três pequenas fontes dispostas como vértices de um triângulo equilátero, uma vela negra disposta ao centro, uma adaga, um cálice contendo vinho tinto, uma corda representando o açoite (caso não possua um), um recipente contendo óleo de oliva, outro contendo sal e uma imagem de Serpente ou Dragão.
- Ao redor do círculo, em seu lado externo, devem ser acesas 11 velas vermelhas, distribuídas de forma eqüidistantes. Dentro do círculo devem ser colocados, nos pontos cardinais: trigos (ao norte), uma vela (ao sul), incenso (ao leste) e um recipiente com água (ao oeste).
- Outros materiais necessários:
- uma rosa vermelha, uma coroa confeccionada com folhas de louro, vestes nas cores branca e dourada. Estas vestes, compostas por um robe branco adornado de dourado, devem ser colocadas dobradas perto do altar.
- O ritual
Este ritual exige um local em que a/o aspirante tenha completa privacidade. Ele/a deve estar nú/a no centro do círculo com os braços abertos em forma de cruz. Na mão esquerda encontra-se a rosa vermelha. Em sua cabeça deve estar a coroa. Nesta posição deve se manter durante alguns minutos enquanto visualiza uma corrente contínua de luz descendo sobre sua cabeça, passando para seu corpo e este distribuindo-a para todo o círculo, que se preenche de luz enquanto fora dele há apenas trevas. Quando sentir o círculo saturado por esta luz deve então dirigir-se ao altar e dizer, depositando a rosa:
" À ti, oh bela ASTAPHE, ofereço-te esta rosa escarlate, da côr de teu amado. Que sua luz ilumine e guie meus caminhos tanto nesta noite ainda mergulhada em trevas como na aurora que está a ser anunciada."
A seguir deve, em sentindo anti-horário, posicionar-se ao Norte. Após traçar o pentagrama de invocação da terra, mantrar o nome "Zimimay". Ao Oeste deve-se traçar o pentagrama de invocação da água e mantrar o nome "Corson". Ao Sul deve-se traçar o pentagrama de invocação do fogo e mantrar "Gaap". Ao Leste traçar o pentagrama de invocação do ar e mantrar "Amaymon". Retornar ao centro do círculo na posição inicial e proclamar:
"A Vós convoquei, oh Grandes Reis, para que assistam-me em minha revelação a vós. Que meu grito ecoe por todo o CHAOS. Que todo ser do Cosmos saiba quem sou. Sou um(a) filho(a) de Deuses, possuindo a divindade em mim. À mim as estrelas brilham, à mim os ventos cantam, à mim as flores enfeitam os caminhos. Pois Eu sou aquele(a) que é filho(a) de Lúcifer, cuja essência encontra-se em toda a criação. Nele foi meu princípio, nele será meu fim. Minha Vontade é voltar a Ti, oh Pai, e aqui selo meu compromisso contigo.
Pai, ilumina-me com teu conhecimento; Mãe banha-me com Teu sangue. À Vós adoro pois encontrei-os em mim mesmo(a). Assistam o renascimento da Estrela da Manhã, sob o signo de fogo da estrela de cinco pontas! À mim toda a criação curva-se em respeito, louvor e devoção".
Dirija-se ao altar. Pegue um pouco do sal e coloque na fonte superior. Pegue mais um pouco e jogue sobre a chama que se encontra ao centro e diga:
"Que a constância do Sal se reflita em meus pensamentos".
Pegue a adaga e coloque-a sobre o lado direito do peito, de maneira simbólica, dizendo:
" Que o sangue que preenche o cálice seja o mais puro e divino". Devolva ao altar.
Pegue a açoite e diga:
" Que meu corpo lembre-se que na severidade também encontra-se o amor". Devolva ao altar.
Pegue a taça e diga:
" Que o entendimento traga a harmonia". Beba e então devolva ao altar.
Vista as roupas que estão ao lado do altar. Por fim pegue o frasco com óleo e passe um pouco sobre a cabeça, dizendo:
" Por minha Vontade consagro-me à Grande Obra, e assumo o lugar que tenho nela por direito. A partir deste momento não apenas mais recebo luz, mas a emano de mim mesmo(a). Conheçam-me por quem sou, lembrem-se de meu nome: .........................(diga o nome que deseja assumir).
Agradeça e dê a ordem de partida a todos os seres presentes, em especial aos quatro grandes Reis. Apague a vela do altar e em seguida as que estão ao redor do círculo
.

2 comentários:

Anônimo disse...

Meu nome é Julio eu tenho estudado um pouco sobre Lucifer e quero saber com eu faço um pacto.

Desde já agradeço. OBRIGADO!!!!

Anônimo disse...

Olá gostei muito desse materia. Será que vc poderia enviar paramim livros ou algo que eu possa estudar mais a fundo o luciferismo?
Bem confesso que eu estou preste a fazer um pacto com lúcifer maiss a invocalão que eu estou treinando é muito diferente da de vcs.
Vcs tem uma filosofia de divindada a qual eu creeio e sei que nós temos "deus e o diabo" dentro de nós somos esses dois seres não somos totalmente do bem tão pouco 100%mau
Eu estou na verdade meio perdida em relação em que creer mais já vi que minha vertente religiosa é o ocultismo.
Então por favor me ajude se possível a esclarecer dúvidas e a me convencer que eu possa me encontrar junto com vcs.
Meu e-mail é tilathebest@hotmail.com
Obrigada!