terça-feira, 4 de março de 2008

AZOTH


Azoth


Antes dos discípulos de Hermes buscarem o Elixir da Longa Vida era sugerido que eles buscassem antes Elegábala ou a Pedra Filosofal, o sal dos filósofos, indispensável para a obtenção do Azoth - o agente mágicko responsável por todas as formas de transmutação. Essa Pedra filosofal, originariamente de cor negra e disforme, deveria ser lapidada de forma a que se atingisse o seu diamante interno. Elegábala é algo real e sincretiza-se no próprio deus-homem que se encontra em fase bruta, o qual impede a emanação de seu Sol interior na aurora da manifestação do homo-veritas.


A Díada Nuit e Hadit é o uno dividido pelo amor de Ágape e unido pela Vontade no Amor. A Vida é uma Mudança contínua, harmoniosa e natural. A compreensão de si mesmo é estar relacionado ao "ser" como oposto a "vir-a-ser". A idéia fundamental de erro é a concepção estática como oposta à concepção dinâmica do Universo.


Pessoas confundem qelhma com feitiçaria, com intervir na vontade das pessoas, com o domínio da mente alheia. Este poder de fato existe e é freqüentemente usado pelos Irmãos Negros, principalmente se o "influenciável" pertence a uma das correntes doentias do Aeon passado. Magnetizados pelos Irmãos Negros, seus chakras nesses casos estão afinados a suas influências uma vez que seu astral já esteja em sintonia com eles. O Iniciado jamais interfere com a vontade alheia, mas comunga com a vontade alheia de uma maneira um tanto incompreensível e inexplicável a mentalidade profana. Mesmo os mais baixos tipos de Samadhi dão apenas uma pálida idéia desta comunhão. É a verdadeira e genuína Comunhão dos Santos, e o Graal, a Taça na mão de Nossa Senhora BABALON, é o seu sagrado símbolo. Existem inúmeras formas e completamente irresponsáveis. O propósito deles em influenciar o próximo nem sempre é "maligno"; pelo contrário; muitas vezes eles estão imbuídos de "piedade" e do desejo de fazer o "bem". Mas estes sentimentos, sendo o resultado de falta de compreensão (Binah), quando postos em atividade de maneira incorreta só podem ocasionar resultados desastrosos e de séria interferência kármica na órbita alheia. Se os cegos guiarem cegos, logo todos cairão no abismo de suas incertezas. A grande necessidade que o ser humano tem de partir rumo a sua busca pessoal, é algo tão forte como uma paixão que nos tira o fôlego e que nos faz ansiar na busca de uma essência perdida na noite dos tempos.


O verdadeiro Templo é o nosso corpo físico, habitat do nosso espírito imortal e que por isso, enquanto estivermos nessas paragens devemos cuidar bem dele para que nosso Dharma não se reverta num Karma negativo no futuro. Não há nada mais belo do que a vida com todas as suas facetas, mesmo que se entenda que a natureza humana tem duas faces, a dos deuses e dos demônios, não há maior aprendizado do que os próprios obstáculos e dificuldades da vida que enfrentamos todos os dias.


Devemos saudar a oportunidade de estarmos vivos com verdadeira intensidade e alegria de viver. Devemos saudar todos os dias o ar que respiramos, o calor do sol que nos aquece, o brilho da lua que nos faz sonhar, devemos ser únicos pois nós homens e mulheres somos estrelas independentes e ao mesmo tempo mantendo nossas próprias órbitas sem chocar com a dos outros, devemos aprender a verdadeira arte de se relacionar bem com as pessoas e de ser feliz com o muito ou com o pouco que temos, porquanto que esses valores sejam transitórios.


Jamais devemos nos julgar injustiçados pela providência divina, pois todo caminho que estivermos percorrendo nós mesmos os traçamosi, seja ele o paraíso ou o inferno. Não podemos agarrar o mundo e tentar consertá-lo, mas sim fazer a alma do mundo saber em todos os confins da terra que você se ama, que ama o mundo e que ama toda humanidade num tipo de amor muito especial, elevado ao amor de ágape, o amor sem fronteiras, o amor sob vontade. E que esta nova postura que terá em relação a vida tornará a tua vida num aspecto harmonioso. Realizar causas nobres, lutar por motivos justificáveis, não interferir na órbita alheia, jamais devemos dar o peixe se não resolvermos ensinar o outro a pescar.


A maioria das pessoas que são incapazes de perceber o significado espiritual da mudança. Outras vezes fantasiam sobre uma ente maléfico que deseja a destruição da terra e de tudo aquilo que conhecemos. O preço da Iniciação é a morte, mas essa morte representa o sentido figurado para a assunção espiritual. Teste o seu caminho na prática, avalie sua vida em detrimento desse caminho, faça uma auto-análise, veja se as fórmulas que utiliza já não são obsoletas ao invés de tentar destruir toda manifestação da fórmula nova que ainda não conhece, que ainda não testou, o que seria infantilidade plena.


Conhecer a sua natureza interior e aceitá-la, é compreender a essência de Hadit. Conhecer essa faculdade o fará experimentar a Iniciação da não-morte, em detrimento daqueles que são obrigados a experimentar unicamente a sua assunção ou identidade estelar unicamente através de cada morte física. As faculdades cerebrais ainda não passaram pelo processo iniciático, oumelhor dizendo em síntese, esta transição do estado de ser para o estado de não-ser ocorre com o iniciado durante a vida na carne, já com o profano ocorre apenas na morte física.


Qual a diferenciação nesses dois estados. Ora, o estado de não ser liberta a mente para uma sensibilidade acima do nomal, é o mesmo que libertar a mente de um torpor; quando os centros energéticos superiores ainda não foram despertados. O iniciado sente em determinado momento um sentimento de solidão indescritível. Já foi dito que a evolução da humanidade a um nível ou estágio mais elevado de consciência só se dará quando aquele que antecede arrastar o que o preceder. Este é o motivo pelo qual Iniciados se resolvem a ajudar a Humanidade. O completo êxtase só se pode dar pela comunhão plena, ou seja, a Humanidade inteira precisa ser elevada a um nível superior. E o pior disso é que aqueles que se recusam por sua própria vontade em aceitar a amplidão do Conhecimento e da Ciência Sagrada, são e serão um peso morto em nossas costas, até que resolvam libertar-se ou despertar de seus sonhos ou pesadelos ilusórios por sua própria conta, enquanto ainda não aceitarem a si mesmo como um ser de natureza divina. Assim os sofrimentos humanos são comuns e normalmente incompreendidos, diferentemente daquele que desperta pois entende o sofrimento como parte do seu plano e de sua Vontade, para que atingisse sua própria glória, coroando este trabalho na personalidade de um Magus que se reflete na mente de seus semelhantes de formas múltiplas e diversas.


Aqueles que mais nos criticam são os mais invejosos pois sendo incapazes de fazerem fluir sua própria luz, vivem sempre a buscar guarida na casa do vizinho que sempre parece mais bela que a deles... Estes fazem parte do grande rol dos incapazes de se regozijar e de atingir suas metas. Assim também são incapazes de compreender ou conceber a Mensagem Espiritual da Lei de qelhma.


Existe uma fórmula sagrada do verdadeiro ocultista, do verdadeiro magista thelêmico, ei-la: Nós nada temos contra aqueles que não nos compreendem. Nós não estamos dispostos e nem devemos falar com eles, nem para argumentar, nem para tentar consolá-los, e muito menos para tentar auxiliá-los. Pois aqueles que não tiveram ainda a oportunidade de sentir, nem sequer sofrerão.


Então raciocinemos; será que devemos "ajudar os fracos". Ora, se acreditamos que existam fracos estamos criando uma diferença egóica de status ou estado de ser, e devemos entretanto saber que não há diferença entre nós, pois cada um é um micro universo. Aos discordantes eu digo, dêem de comer a vossos filhos e não lhes exijam o mínimo esforço, nem tampouco ensine-os a buscarem o sue próprio pão ou suas próprias conquistas e verão num futuro bem próximo a que tipo de monstros estarão criando. Assim entendam que o sentimento de "piedade" é uma projeção psicológica ilusória do próprio Ego. É um estado de escravidão cujos Irmãos Negros têm verdadeira adoração em permanecer, pois clamam em verdade que tenhamos piedade não dos fracos e oprimidos e sim deles próprios.


Isto não quer dizer que devamos pisar "nos fracos e oprimidos". Ai daqueles que pensam assim! Pois estarão atraindo um Karma ainda pior para si. Devemos sim ensiná-los, mesmo que esses ensinamentos em determinado momento tenham uma certa aspereza. Até que eles por conta própria resolvam se erguer ou morrer em sua própria miséria. É importante que se diga que em ambos os casos, a cada reencarnação ou renascimento ele se erguerá. Pois mesmo sem saberem, estarão mais cônscios de sua Verdadeira Vontade.


A fórmula da pobreza material para assunção espiritual foi uma das maiores farsas da história. Pois a somatória das religiões do Aeon passado possuem o maior poder financeiro do mundo atual. Creio que não preciso aqui citar quais seriam elas. Mas convém mencionar que um ensinamento não pode se basear numa hipocrisia. Se você pretende ser mais uma ovelha do rebanho já dizia Crowley ironizando, azar é o seu, pois eu sou o Leão.


Ninguém precisa ou deva morrer pelos pecados de ninguém, só você pode atingir a maestria interior, acreditar nisso é impor um sacrifício coletivo que é disforme e errado, numa concepção que não o levará além da dor e da incompreensão. A única coisa que não podemos mudar é o passado, a única coisa que precisamos compreender e entender é o presente, os atos oriundos dessa compreensão é que construirão um futuro em bases sólidas e reais. Do passado deveríamos apenas enxergar os nossos erros, aprender com eles, para que nunca mais venhamos a repetí-los. Liberte-se dos fantasmas do passado! A nossa Lei é de Liberdade em Ágape!


Assim insufla-se também a ignorância, impondo uma idéia de medo e tortura. Se essa idéia fosse verdadeira não haveriam criminosos e assassinos cruéis de todas as espécies. A eterna tortura de personalidades obrigadas a seguir os padrões de moralidade imposta, só fez através dos séculos, enriquecer os fariseus às custas da pobreza material, moral e espiritual dos seus seguidores. Assim igrejas do presente são uma evidência fundamental e flagrante disto. Todas elas ensinam que existe uma danação eterna, mas poucos compreendem que o inferno está nelas mesmas.


Aqueles que não acreditarem no que eu digo, basta fazer uma pequena reflexão do seu medo instintivo em nossa memória mágica dos padrões religiosos a nós impostos. Mas poucos compreendem que o verdadeiro inferno é criado verdadeiramente pelos homens que não se cansam de infligir dor aos seus semelhantes, mesmo estando num novo século, a ponto de percebermos que a humanidade muito pouco mudou, o que mostra uma natureza doentia presente na psique do homem, que as vésperas de um "sempre" novo conflito mundial pouco se preocupa de fato com o que virá depois, pois pouco entende a carga da energia nefasta criada no pós guerra.


A constituição da consciência de Si mesmo, isto é, Hadit. é ampliada a consciência daqueles que estão a nossa redor, isto é o aspecto normal de uma mente sadia. Uma mente doentia só considera o seu próprio universo mesquinho, pouco importando o universo a sua volta. A relação de dois seres tende a ser harmoniosa se estes dois seres humanos tiverem esta compreensão. Não existe atrito se ambos mantiveram o necessário respeito um pelo outro, sem escravidão mútua, com um relacionamento compensado necessário à liberdade de ambos. Sempre é bom lembrar que o abuso ou a interferência cria uma dívida cármica. Nós portanto somos micro universos, mas somos também parte integrante do universo daqueles que nos relacionamos. Desconfiai daqueles que lhe dizem querer o seu bem mas na verdade, quer sim que você perca a sua identidade. Repito não há ninguém que possa vir em nossa salvação senão nós a nós mesmos. Temos que ter a dignidade de admitir isto a nós mesmos.


Uma mente sadia se reflete num corpo sadio, no processo iniciático a mente do aspirante é submetida a terríveis pressões oriundas dos estados mágickos e ritos, assim uma vez que o corpo não seja forte e sadio, a mente consequentemente poderá sucumbir à sanidade mental.


Deus é o homem numa concepção divina do ser que tende naturalmente a ascender em espiral. Deus jamais será o homem que pensa que é o Centro do Universo. Estes últimos também tidos como adeptos da corrente negra, são facilmente escravizados pelas formas que resolvem adorar ou mesmo escravizar. É muito comum os magistas desse naipe, serem absolutamente escravos das formas que invocam ou evocam. Já conheci um punhado deles no meu caminho. Estes se tornam um mal relativo para o mundo. O Irmão Negro julga ter poder sobre seus semelhantes, e isto pode ser desde que se seus semelhantes ainda não tenham o grau de percepção de si mesmos que nos leva a repelir de nós toda influência escravizante. É curioso este ponto em diversos experimentos que fizemos, e chegamos a seguinte conclusão, todas aquelas pessoas habituadas a exercer o domínio do corpo pela mente, como os praticantes de Yoga ou de Artes Marciais normalmente são menos sugestionáveis a influências hipnóticas, isto normalmente se deve a um tipo especial de emancipação interna. Os fatores contrários de uma mente sugestionável a levam fatalmente a serem pessoas depressivas, medrosas e com profundo apego a coisas transitórias sem importância.


Inúmeras concepções erradas assolam a maioria dos sistemas "ditos" Iniciáticos. Notem que nenhum princípio que não houver equilíbrio ou harmonia em seu contexto não se torna apto para coexistir acima do "Abismo". Vejamos no caso da mulher cujo conceito do Aeon passado regravam que a pureza deveria ser o sinônimo da castidade, então para a concepção da pureza absoluta, Maria deveria conceber o filho ainda virgem. Ora toda concepção é divina, toda ela origina-se de uma fonte original de energia de vida. Em qelhma pude de fato compreender o grande problema oriundo de um psicossoma que defende tal tese. A Virgem Imaculada, a Mulher Vestida com o Sol, eternamente inviolada é a própria Isis Velada; que amplamente desvelada pelo adepto. Por outro lado o homem jamais compreenderá inteiramente a natureza de uma mulher enquanto permanecer virgem para o seu amor, pouco importando o seu real estado físico, pois se o amor entre esses dois seres se acabar, e eventualmente outro vier, a mulher se tornará pura para esse novo amor. Este portanto é um estado psíquico e não físico. A castidade é um estado de ser elevado desde que não a Liberdade, quando isto ocorre passa a se chamar falsa castidade. Neste caso alguém fechado para o amor jamais conseguiu transmutá-lo em ágape, isto pouco importando se somos homens ou mulheres, pois partimos de uma mesma essência una. Alguém que se fecha por dentro se bloqueia, e bloqueando restringe-se a convivência saudável com seus semelhantes e assim também a própria divindade. A falsa castidade está submetida à influência dos Irmãos Negros. Somos polaridades e nos atraímos pelos opostos, numa tentativa de preenchimento daquilo que nos falta. Assim costumamos dizer que a nossa contraparte nos preenche, no entanto quando este estado é completado, normalmente existe uma tendência no casal a separarem-se mas não pela falta do amor, e sim pela ausência do estímulo ao prazer na convivência. Notem que estamos fazendo uma tentativa de falar sobre mentes sadias, pois existem os casos de escravidão oriunda de diversos problemas de ordem psíquica, muitas vezes atenuados por um ciúmes doentio, mal este causador de inúmeras fatalidades que acompanhamos quase diariamente na mídia. Esta é a importância de do ser humano em se conhecer e conhecer a essência de um relacionamento ou de uma inter-relação, que para estes casos qelhma dá as chaves de compreensão desses e dos mais diversos fenômenos que envolvem a nossa psique.


A castidade então muitas vezes pode ser tomada como um ato de covardia, de alguém que teme em se relacionar com o mundo, o resultado é este, mentes alienadas ou subversivas (vide os inúmeros casos dos padres pedófilos nos EUA). A influência de pessoas assim na sociedade é sempre prejudicial. A caridade posta por tais irmãos é equivalente a tentativa de tratar as águas de um rio poluído, sem que se faça um tratamento preventivo no esgoto da cidade, ou eventual desvio ou canalização impedindo que o esgoto contamine o leito do rio. Qualquer esforço diferente disso é infrutífero, se é que foi possível o entendimento dessa analogia. Assim, não se combate a fome simplesmente dando o que comer, isto é um paliativo que não nos leva a origem do problema ou seja os motivos que levaram determinada comunidade a passar fome. O não entendimento desse plano de concepção é uma tentativa fútil de castração mental.


Estamos vivendo numa era de tirania atual tão ruim quanto o passado do homem. Proclamar a liberdade entre os escravos é uma bobagem tremenda, porquanto que essa Liberdade precise ser uma vontade verdadeira do indivíduo. No treinamento de Karatê aprendemos tanto atacar como a nos defendermos de um possível ataque. Mas sábios são aqueles que aprendem a nobre arte de lutar sem lutar. Serão aqui muito poucos que compreenderão essa concepção, mas isto será tema para um próximo ensaio.


Amor é a lei, amor sob vontade.



blavatsky


lena Petrovna Blavatsky (
Ekaterinoslav, 12 de agosto de 1831Londres, 8 de maio de 1891) foi a responsável pela sistematização da moderna Teosofia, e foi uma das fundadoras da Sociedade Teosófica. Os seus mais importantes livros são Ísis Sem Véu e A Doutrina Secreta, escritos em 1875 e 1888, respectivamente.

Seu nome de batismo era Helena von Hahn e em russo Елена Петровна Блаватская. Blavatsky nasceu na cidade de Ekaterinoslav, situada às margens do rio Dnieper, no sul da Rússia (atualmente território da Ucrânia).

O sobrenome Blavatsky deve-se a um curto casamento com um homem bem mais velho, chamado Nikifor Vassilievitch Blavatsky, aos dezessete anos de idade. A rigor, a grafia correta e coerente com a forma feminina russa do sobrenome seria Blavatskaia. Já Petrovna é um patronímico, ou seja, identifica o pai. Deste modo, Petrovna significa "filha de Petr (Pedro)".

Nascimento, casamento e viagens

Blavatsky era filha do Coronel Feter von Hahn e Helena de Fadeyev, uma conhecida escritora de romances. Pela parte materna, era neta da princesa Helena Dolgorukov, botânica e escritora. Depois do precoce falecimento de sua mãe em 1842, Helena cresceu sob cuidados de seus avós em Saratov, onde seu avô era governador. Helena era uma talentosa pianista e, segundo várias testemunhas, era dotada de poderes psíquicos ou sobrenaturais. Desde nova mostrou-se interessada no esoterismo, lendo várias obras da biblioteca pessoal do seu bisavô que tinha sido iniciado na Maçonaria no final do século XVIII.

Aos dezessete anos, Helena casou-se com Nikifor Vassilievitch Blavatsky, vice-governador da província de Erevan na Arménia. Ele era muito mais velho do que ela, e o casamento nunca se consumou de fato. Helena aceitou casar-se com a esperança de adquirir independência. Afastou-se do marido quando ainda estava a decorrer a lua-de-mel e iniciou uma série de viagens que incluiram a Turquia, Egito e Grécia. Em algumas dessas viagens, ela foi acompanhada por Albert Rawson, um explorador natural dos Estados Unidos, também interessado no esoterismo e que era membro de lojas maçónicas.

Segundo conta-se, em seu aniversário de vinte anos, em 1851, Helena estava com seu pai em Londres, quando pela primeira vez encontrou-se com seu Mestre, que ela conhecia de visões e sonhos desde sua infância. Este Mestre seria um iniciado oriental de Rajput, o Mahatma M. (ou Mestre Morya), como é conhecido entre os teósofos.

No mesmo ano, Blavatsky embarcou para o Canadá, e depois viajou por várias partes dos EUA, México, América do Sul, e Índia. Sua primeira tentativa em entrar no Tibete falhou, retornando então a Inglaterra, passando por Java.

Fotografia com a assinatura de Helena Blavatsky.
Fotografia com a assinatura de Helena Blavatsky.

Em 1855, retornou à Índia e foi bem sucedida em sua tentativa de entrar no Tibete através de Caxemira e Ladakh. No Tibete, passou por um período de treinamento sob a influência de seu Mestre. Em 1858, foi para a França e para a Alemanha, e retornou à Rússia no mesmo ano, passando um curto período com sua irmã Vera em Pskov. De 1860 até 1865, viveu e viajou no Cáucaso, passando por experiências e crises de natureza psíquicas. O que lhe possibilitou, segundo ela própria, adquirir total controle sobre seus poderes psíquicos. Partiu da Rússia novamente em 1865, e viajou extensivamente nas Balcãs, Grécia, Egito, Síria e Itália, entre outros lugares.

Em 1868, retornou à Índia, via Tibete. Nesta viagem, Blavatsky, segundo conta-se, conheceu o Mestre K.H. (ou Mestre Koot Hoomi) e hospedou-se em sua residência. No final de 1870, retornou a Chipre e à Grécia. Embarcou, depois, para o Egito, do porto de Perea na Grécia. O navio por onde viajava, a caminho do Egito, naufragou próximo à ilha de Spetsai em 4 de Julho de 1871. Salva, foi para o Cairo e fundou a Societe Spirite, onde pretendia inicialmente incentivar os fenômenos espíritas e mediúnicos codificados por Allan Kardec para aos poucos introduzir os ensinamentos do ocultismo e demonstrar a natureza mayávica (ou seja, ilusória, em uma perspectiva teosófica) de tais práticas. Em cartas para seus familiares, Blavatsky fica desolada com os participantes do grupo. Alguns fingiam serem médiuns, enquanto outros eram alcoólatras contumazes e assim por diante. O Grupo não durou muito tempo e não alcançou os objetivos iniciais.

Depois de viagens através do Oriente Médio, retornou por um curto período de tempo a Odessa, na Rússia, em Julho de 1872. Segundo Helena, na primavera de 1873, o seu Mestre deu-lhe instruções para seguir para Paris e, depois, para Nova York.

Emblema da Sociedade Teosófica (a suástica ou cruz gamada no topo do selo teosófico é um antigo símbolo religioso do Oriente, não tendo aqui nenhum tipo de conotação nazista. A suástica da S.T. representa evolução espiritual, enquanto que a suástica nazista é invertida, possuindo uma outra simbologia associada).
Emblema da Sociedade Teosófica (a suástica ou cruz gamada no topo do selo teosófico é um antigo símbolo religioso do Oriente, não tendo aqui nenhum tipo de conotação nazista. A suástica da S.T. representa evolução espiritual, enquanto que a suástica nazista é invertida, possuindo uma outra simbologia associada).

Em Outubro de 1874 Blavatsky conheceu o Coronel Henry Steel Olcott, bem como William Quan Judge, um jovem advogado irlandês em Nova Iorque. A fundação da Sociedade Teosófica se deu em 7 de setembro de 1875, com a participação de dezesseis teósofos: Helena Blavatsky, Cel. Henry Steel Olcott, William Quan Judge, Charles Sotheram, Dr. Charles E. Simmons, W.L. Alden, G.H. Felt, J. Hyslop, D.E. de Lara. C.C. Massey, E.D. Monachesi, Henry J. Newton, H.M. Stevens, Jonh Storer Cobb, Dr. Britten e sua esposa, e seus nomes constam nas minutas elaboradas pelo então secretário William Quan Judge.

Em setembro de 1875, Blavatsky publicou sua primeira grande obra, Ísis Sem Véu, uma obra que menciona a história, o desenvolvimento das ciências ocultas, a natureza e origem da magia, as raízes do cristianismo, e, segundo a perspectiva da autora, os erros da teologia cristã e as falácias estabelecidas pela ciência ortodoxa. Neste mesmo ano, H.P. Blavatsky foi naturalizada cidadã estadunidense. Em 1878, Blavatsky e Henry Olcott transferiram a Sede da Sociedade Teosófica para a Adyar, Índia [1]. Conheceram nessa altura Alfred Percy Sinnett, o editor do jornal oficial do governo da Índia, The Pioneer de Allahabad. Este contato foi extremamente importante para Blavatsky e para a Sociedade Teosófica.

Em outubro de 1879, foi iniciada a publicação da primeira revista teosófica, The Theosophist (ainda publicada), e Blavatsky era a editora responsável. A Sociedade Teosófica rapidamente cresceu, tendo a ela associadas pessoas de grande importância.

Em 1880 Blavatsky e Olcott passaram algum tempo no Ceilão (atual Sri Lanka), o que estreitou ainda mais o apreço deles para o sistema ético do budismo esotérico mahayana. Em setembro desse ano, H.P.B. e o Coronel Olcott visitaram A.P. Sinnett e sua esposa em Simla na Índia. O sério interesse de Sinnett nos ensinamentos e trabalho da Sociedade Teosófica fez com que Blavatsky estabelecesse correspondência entre Sinnett e os Mahatma K.H. e M. Como fruto desta correspondência, Sinnet escreveu O Mundo Oculto (1881) e o Budismo Esotérico (1883). Ambos os livros exerceram grande influência e fizeram com que o interesse pela teosofia e pela Sociedade Teosófica aumentasse. As respostas e explanações enviadas pelos Mahatmas a Sinnett estão contidas em uma correspondência que durou de 1880 até 1885 e foram publicadas em 1923 como as Cartas dos Mahatmas para A.P. Sinnett. As cartas originais dos Mahatmas estão preservadas no Museu Britânico em Londres. Elas podem ser vistas com uma permissão especial do departamento de manuscritos raros do Museu Britânico.

Em Maio de 1882, Blavatsky e Olcott adquiriram uma grande área em Madras, na Índia, no bairro de Adyar, estabelecendo oficialmente lá a Sede Internacional da Sociedade Teosófica.

Helena Blavatsky e Henry Olcott em 1888, os principais fundadores da Sociedade Teosófica.
Helena Blavatsky e Henry Olcott em 1888, os principais fundadores da Sociedade Teosófica.

Um forte ataque contra Blavatsky, feito por Alexis e Emma Coulomb (dois membros do grupo de trabalho de Adyar), teve rapidamente efeitos na vida e obra de Blavatsky. Ela retornou para Adyar em 21 de dezembro de 1884 para informar-se melhor sobre a situação. Ela desejava processar o casal, que havia sido banido de Adyar por tentar acusar Blavatsky de fraude. Mas o comitê líder da S.T. não aceitou que Blavatsky processasse o casal. Muito desapontada, renunciou ao cargo de secretária correspondente de Adyar. Em Março de 1885, partiu para a Europa para nunca mais retornar à Índia.

O ataque de Coulomb, como foi depois comprovado, não tinha bases sólidas. Foi fundamentado em cartas falsificadas, supostamente escritas por Blavatsky, com instruções para organização de fraudulentos fenômenos psíquicos. Uma revista de missionários cristãos em Madras publicou a maioria das cartas.

A Sociedade para a Pesquisa Psíquica em Londres (London Society for Psychical Research) criou um comitê especial para investigar Madame Blavatsky. Em dezembro de 1884, Richard Hodgson, um membro do comitê da S.P.P. chegou à Índia para investigar e preparar um relatório sobre as alegações dos Coulomb. Baseado no relatório Hodgson, o comitê da S.P.P., em um relatório final em 1885, acusou Madame Blavatsky como "uma das maiores impostoras da história”. Hodgson também acusou Madame Blavatsky de ser uma espiã russa. Esse relatório foi utilizado durante anos como base para atacar Madame Blavatsky e tentar provar a inexistência dos Mestres ou Mahatmas.

Em 1963, Adlai Waterman (pseudónimo Walter A. Carrithers, Jr.) em sua obra Obituário do Relatório de Hodgson sobre Madame Blavatsky, analisou e refutou as acusações de Hodgson a Madame Blavatsky. Uma mais recente refutação de algumas das acusações de Hodgson contra Blavatsky é o livro de Vernon Harrison intitulado H. P. Blavatsky and the SPR: An Examination of the Hodgson Report of 1885.

Esse ataque afetou a saúde de Blavatsky, que partiu da Índia para a Europa em agosto de 1885. Na Alemanha, em Wurzburg, começou a escrever A Doutrina Secreta, sua obra-prima. Em Maio de 1887, aceitando o convite de teósofos da Inglaterra, mudou-se para Londres.

Um momento descontraído de Blavatsky, dedicado aos seus escritos e à leitura.
Um momento descontraído de Blavatsky, dedicado aos seus escritos e à leitura.

Quando Blavatsky chegou a Londres, as atividades teosóficas intensificaram-se e fundou-se a Loja Blavatsky.

Na Inglaterra, iniciou a revista Lúcifer [2] (do latim luciferius, significando "estrela matutina", "estrela d'alva" ou "aquele que é portador da luz").

Por várias vezes desde as acusações de fraude levantadas na Índia, Madame Blavatsky foi repetidas vezes desenganada pelos médicos. Segundo o testemunho de Helena, ela recebeu um dia, a visita de um de seus instrutores tibetanos que lhe deu, segundo ela, a seguinte escolha: "ou morrer, libertando-me (do corpo doente), ou continuar viva para terminar A Doutrina Secreta". Ela recuperou-se e continuou a escrever sua grande obra, que finalizou, e foi publicada em 1888, simultaneamente em Londres e Nova Iorque. Seus auxiliares na transcrição e edição dos manuscritos foram Bertram Keightley e Archibald Keightley.

A Doutrina Secreta é a maior obra da carreira literária de Blavatsky. O volume primeiro é dedicado à cosmogênese e é, basicamente, composto por estudos relativos à evolução do Universo. O esqueleto deste volume é formado por sete stanzas traduzidas do Livro de Dyzian com comentários e explanações feitas por Blavatsky. Neste volume também são elucidados os símbolos fundamentais contidos nas grandes religiões e mitologias do mundo. O segundo volume contém outra série de stanzas do Livro de Dyzian, que descrevem a evolução humana (antropogênese)

As palavras finais de Blavatsky sobre a obra foram: "Esta obra é dedicada a todos os verdadeiros teosofistas".

Também em 1888, Madame Blavatsky fundou a Seção Esotérica da Sociedade Teosófica dedicada a um estudo mais profundo da filosofia esotérica e escreveu para os estudantes desta escola três trabalhos.

Em 1889 Blavatsky publicou o livro A Chave para a Teosofia, uma exposição clara de Ética, Filosofia e Ciência em forma de perguntas e respostas expondo a razão pela qual a Sociedade Teosófica foi fundada e quais eram seus ensinamentos básicos. Ela também publicou A Voz do Silêncio, um livro poético baseado no Livro dos Preceitos de Ouro, que ela havia memorizado enquanto residia em uma lamaseria tibetana, e que foi traduzido para a língua portuguesa por Fernando Pessoa.

Annie Wood Besant (1847 - 1933), discípula favorita e sucessora de Blavatsky na liderança da Sociedade Teosófica.
Annie Wood Besant (1847 - 1933), discípula favorita e sucessora de Blavatsky na liderança da Sociedade Teosófica.

Segundo testemunhas da época, Blavatsky trabalhava incessantemente em seus projetos, mesmo com sua saúde seriamente abalada. Seu trabalho pode ser visto na monumental obra A Doutrina Secreta. Nesta obra ela inclui mais de 2.000 citações, com indicações precisas de páginas e autores, relacionadas a livros que ela não poderia ter lido, pelo menos diretamente. Outro exemplo de seu extenso trabalho e dedicação é o livro Ísis Sem Véu, com mais de 1.300 páginas.

Várias testemunhas afirmam que sua biblioteca, que a acompanhava nas viagens, se limitava a poucos dicionários de inglês.

Segundo o crítico inglês William Emmett Coleman, para escrever Isis sem Véu, Blavatsky precisaria ter estudado 1.400 livros, o que seria impossível para alguém que viajava constantemente com uma pequena quantidade de livros em sua biblioteca pessoal. Além disso, se Blavatsky tivesse lido todos os livros (muitos deles disponíveis somente em alguns museus ou bibliotecas longínquos) dos quais cita trechos in verbatim durante seus livros, teria levado várias vidas para concluir a leitura.

Madame Blavatsky explicava que escreveu tanto Ísis Sem Véu quanto a Doutrina Secreta com a ajuda dos Mahatmas, que certas vezes transferiam suas consciências para o corpo físico de HPB, em um processo chamado tulku. Blavatsky afirma que tal processo, na concepção teosófica, não seria mediúnico, uma vez que os Mahatmas não seriam espíritos dos mortos, mas seres humanos em corpos fisicos. Ainda segundo ela própria, algumas cenas e citações lhes eram mostradas clarividentemente através da luz astral, outras vezes, enquanto dormia, páginas inteiras eram precipitadas em sua própria letra, ou cartas dos Mestres se materializavam em papéis.

Esses fatos contribuiram fortemente para que Blavatsky fosse tomada como uma farsante.

Além disto, seus críticos a acusam de racismo, particularmente quando Blavatsky refere-se a alguns grupos étnicos, os aborígenes australianos, por exemplo, como pertencendo a uma raça inferior, já que os identifica como "mestiços atlanto-lemurianos". Com relação aos semitas, particularmente os árabes, diz que são "espiritualmente degenerados".

Sucessão e testamento

Helena Blavatsky faleceu 1891, em Londres. Após sua morte e a de Henry Steel Olcott, a liderança da Sociedade Teosófica foi entregue à discípula favorita de Blavatsky, Annie Besant, e a William Quan Judge. Seu corpo foi cremado e um terço das cinzas ficou na Europa, um terço foi para os Estados Unidos, levado por William Quan Judge, e o outro terço encontra-se na Sede Internacional da S.T., depositadas no interior de uma estátua dela.

Em seu testamento, Blavatsky pede aos teósofos que celebrem a data de seu falecimento como o Dia do Lótus Branco. Atendendo ao seu pedido, desde 1892, os membros da Sociedade Teosófica ao redor do mundo reúnem-se nesta data para homenageá-la.

Obras principais:

Ísis Sem Véu (1877

A Doutrina Secreta, vol. I e II (1888)

Glossário Teosófico (editado em 1892)

A Chave para a Teosofia (1889)

Ocultismo Prático

A Voz do Silêncio (1889)

No País das Montanhas Azuis

Pelas Grutas e Selvas do Hindustão

Cinco Anos de Teosofia (artigos da revista The Theosophist)

Gemas do Oriente (pensamentos para cada dia do ano)

Transações da Loja de Londres

Narrativas Fantásticas

O Dubar em Lahore (escrito em russo sob o pseudônimo de Radha-Bai)

Cartas de Blavatsky para as Convençôes da Sociedade Teosofica nos EUA

As Obras Completas de Blavatsky (editada por Trevor Barker)

Estudos em Ocultismo

Cartas de Blavatsky para A.P. Sinnet

Cartas de Blavatsky para sua Família na Rússia

Cartas de Blavatsky para William Q. Judge

Sonhos

Programa Original da Sociedade Teosófica

-Influências:

Blavatsky foi influenciada pelos seguintes escritores:

Blavatsky influenciou os seguintes escritores, místicos, filósofos, políticos e artistas:

- Ver também

- Referências:

-Em português

  • CRANSTON, Sylvia. HPB: A Vida e a Influência Extraordinária de Helena Blavatsky.
-Em inglês
  • BARBOKA, Geoffrey. The Divine Plan. (estudos baseados na Doutrina Secreta de H.P.B.).
  • BLAVATSKY, Helena P. H.P.B. Teaches An Anthology of 40 Articles from H.P. Blavatsky's pen.
  • CALDWELL, Daniel H. The Esoteric World of Madame Blavatsky.
  • CRANSTON, Sylvia. HPB: The Extraordinary Life and Influence of Helena Blavatsky.
  • GOODRICK-CLARKE, Nicholas. Helena Blavatsky.
  • GUÉNON, René. Theosophy: History of a pseudo-religion.
  • HARRISON, Vernon. H.P. Blavatsky and the SPR: An Examination of the Hodgson Report of 1885.
  • HEINDEL, Max. Blavatsky and The Secret Doctrine.
  • KNOCHE, Grace F. To Light a Thousand Lamps: A Theosophic Vision.
  • MEADE, Marion. Madame Blavatsky: The Woman Behind the Myth.
  • RYAN, Charles. H.P. Blavatsky and the Theosophical Movement.
  • WASHINGTON, Peter. Madame Blavatsky's Baboon.
  • WILLIAMS, Gertrude M. Priestess of the Occult.
-Em alemão
  • BESANT, Annie W. H. P. Blavatsky und die Meister der Weisheit.
  • BOTHEROYD, Sylvia. Helena Petrowna Blavatsky: Theosophie und Geheimwissenschaft. Ausgewählte Werke.
  • FEDJUSCHIN, Victor B. Russlands Sehnsucht nach Spiritualität. Theosophie, Anthroposophie und die Russen.
  • FREIMARK, Hans. Helena Petrovan Blavatsky - Eine Studie - Mit vier Portraits und einem Faksimile der Handschrift.
  • HARRISON, Vernon. H.P. Blavatksy und die SPR.
  • HARTMANN, Dr. Franz.Helene Petrowna Blavatsky, die Shinx des 19. Jahrhunderts.
  • IHREN, Schülern Von . H. P. Blavatsky, die Botin des Neuen Zeitalters.
  • KLATT, Dr. Norbert. Theosophie und Anthroposophie. Neue Aspekte zu ihrer Geschichte.
  • RUGE, Ludwig. Zum Gedächtnis an H. P. Blavatsky (1831-1891).
  • SCHELICHOWSKAJA, W. P. H. P. Blavatsky - Ihr Leben und ihr Wirken.
  • SEIDEL-DREFFKE, Dr. Björn. A. Belyi und die Theosophie E. P. Blavatskajas. Wirkung und polemische Auseinandersetzung im Roman Miskva (1926).
  • SEIDEL-DREFFKE, Dr. Björn. E. P. Blavatskaja. Erzählungen und Reiseberichte.
  • STEINBERGER, Dr. F.K. Frau Blavatsky und ihre Zeit.
  • THIBAUX, Jean-Michel. Die 7 Geister der Revolte. Historischer Roman über die Abenteuer der Helena Blavatsky.
  • TINGLEY, Katherine. Helena Petrowna Blavatsky. Ein Genius verändert die Welt.
  • WEFERS, Richard. Eine edle Frau und ihre Widersacher.
  • WEHR, Gerhard. Helena Petrovna Blavatsky. Eine moderne Sphinx.

-Ligações externas


Em português
Em espanhol
Em inglês
Em alemão
Críticas a Blavatsky