terça-feira, 4 de março de 2008

Simão o Mago

Simão Mago

A morte de Simão Mago
A morte de Simão Mago

Simão foi um mago da Samaria, tanto seu nascimento quanto falecimento são desconhecidos, citado no Novo Testamento e nas obras dos Padres da Igreja. Sua personalidade foi objeto de muita controvérsia.

Para os Padres, Simão é um homem ambicioso e desejoso dos poderes de Deus. Como podemos ver na Bíblia, mais precisamente nos Atos dos Apóstolos 8, 9-24. Entretanto, para os Gnósticos, o mago da Samaria era um "rival" do Cristo a qual fundou uma seita que se proclamava representante da Gnose e sua companheira, Helena, uma ex-prostituta, que, segundo o mago, era a encarnação de Sophia e de Helena de Tróia.

Simão acreditava na Reencarnação e que o elemento Fogo é a raiz de todas as coisas e este é a origem da Alma. Em suas viagens na Judéia, o mago explicava que o conhecimento é a única chave para a ascensão aos Céus.

Afirmava que o Deus do Velho Testamento é um Demiurgo. Conta-se que para provar a validade de sua doutrina fazia demonstrações públicas de levitação. Há um texto apócrifo que diz que Pedro (São Pedro) travou um embate contra o mago da Samaria que questionava suas habilidades "voadoras". Assim, no alto de uma torre, o mago dá o seu derradeiro vôo. Mesmo assim, Simão é considerado o primeiro profeta Gnóstico.

A Personagem Histórica e Literária

A figura de Simão, o mago, torna-se notória a partir do texto bíblico dos Atos dos Apóstolos (Cap. 8, 9-24), onde é narrado o episódio em que tenta comprar dos apóstolos de Cristo o poder de operar milagres. Tal ato, considerado pecaminoso pela teologia cristã, foi denominado de simonia (ato de Simão), termo que define especificamente o comércio ou tráfico de coisas sagradas e espirituais, tais como sacramentos, dignidades, indulgências e benefícios eclesiásticos.

O texto bíblico é demasiado lacônico quanto a biografia de Simão, haja visto que limita-se a enquadrá-lo numa ocorrência onde apenas coadjuva um embate com o apóstolo Pedro. De resto, diz somente que era samaritano e praticante de magia.

Não obstante, no decorrer dos séculos, desenvolveram-se acerca dessa personagem inúmeras biografias apócrifas, fundamentadas em especulações diversas, dentre as quais uma o imputa de ter sido fundador do Gnosticismo cristão. Tal atribuição é historicamente contestável, todavia pode ser aceita de um ponto de vista simbólico.

Ainda conforme especulações, este mago Simão seria talvez o gnóstico Simão, discípulo do célebre Dositeu - um sábio cripto-judeu que havia se tornado herói messiânico dos samaritanos - e de quem, afirma-se, Simão teria roubado a esposa, dita Helena, uma ex-prostituta oriunda de Éfeso. Outras relatos hipotéticos também apontam Simão como tendo sido discípulo do profeta João Batista, ou que ele e o apóstolo Pedro teriam sido a mesma pessoa.

O que se pode afirmar de concreto é que Simão tornou-se figura controversa da literatura antiga e medieval e da propaganda cristã. Uma síntese do que foi dito a seu respeito está contida no livro Apologia (c. 150) de São Justino o Mártir. Através dele ficamos sabendo que Simão dizia-se "manifestação do Deus Supremo" - o que é repetido por seu sucessor Menandro (o gnóstico) - e que sua esposa Helena seria a primeira concepção de sua mente, da qual anjos e poderes foram gerados. Descobrimos também que o sistema filosófico de Simão parecia baseado numa cosmogonia sírio-fenícia e compreendia uma elaborada angelologia e astrologia. São Justino menciona ainda a existência de um altar consagrado a Simão na Ilha do Tibre, que de fato foi reencontrado em 1574.

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