sexta-feira, 28 de março de 2008

MEDIUNIDADE / CONCEITOS


MEDIUNIDADE:

A mediunidade é o nome atribuído pelo espiritismo a uma faculdade que permitiria a comunicação entre homens e espíritos. Dentro dessa concepção, ela se manifestaria de forma mais ou menos ostensiva em todos os indivíduos. Porém, usualmente apenas aqueles que a apresentassem num grau mais perceptível seriam chamados médiuns.
Um espírito que desejasse comunicar-se entraria em contato com a mente do médium e, por esse meio, se comunicaria oralmente (psicofonia), pela escrita (psicografia), ou ainda se fazendo visível ao médium (vidência).
Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita, descreve também fenômenos de ordem física, como batidas (tiptololigia), escrita direta (pneumatografia), voz direta (pneumatofonia), e ainda materializações ectoplasmáticas em que o espírito desencarnado se faz visível e até palpável aos presentes no ambiente onde ocorra o fenômeno. Outras formas de comunicação com os espíritos podem ser encontradas em O Livro dos Médiuns.

Enquanto no meio espírita utiliza-se a palavra médium para designar o indivíduo que serve de instrumento de comunicação entre os encarnados e os desencarnados, outras doutrinas e correntes filosóficas utilizam termos como clarividente, intuitivo, sensitivo. No entanto, o significado desses termos é, em essência, o mesmo.

PARAPSICÓLOGOS & ESTUDOS;

Os parapsicólogos forenses, também conhecidos como investigadores psíquicos (do inglês Psychic Witness), são médiuns que trabalham em conjunto com a polícia na investigação de crimes de difícil solução, (inexistência de testemunhas, escassez de provas, excesso de suspeitos,...). O papel desses médiuns, segundo Sérgio Pereira Couto em artigo na revista Ciência Criminal , "consiste basicamente em captar sensações sobre o que aconteceu nos locais dos crimes e passar as informações para que os detetives tomem as devidas providências administrativas, incluindo a detenção de suspeitos para interrogatório".
Com o sucesso dos seriados em canais pagos que tratam do tema, as polícias de diversos estados americanos passaram a admitir em público o uso de médiuns em investigações onde a tecnologia mostra-se insuficiente.
O
Discovery Channel elaborou um documentário para tratar desse tema, reportando as atividades de quinze investigadores psíquicos no apoio às polícias de diversos estados americanos, como a Califórnia, Ohio, a Pensilvânia, a Louisiana e o Arizona.
Sally Headding, uma respeitada clarividente americana, formada em
psicologia clínica e Ph.D. pela Universidade de Berkeley (Califórnia), aponta que atualmente o principal problema da popularidade dos investigadores psíquicos nos EUA é o surgimento de uma série de falsos médiuns que se apresentam para ajudar a polícia em casos de grande repercussão. No entanto, Sally afirma que os verdadeiros médiuns dificilmente procuram a polícia, ao contrário, são convidados por esta para colaborar nas investigações.
No
Brasil, o uso de médiuns em processos da Justiça é reconhecido oficialmente apenas no Estado de Pernambuco, onde a Constituição Estadual, além de legitimar o testemunho de médiuns, prevê como obrigação daquele Estado e dos seus municípios a prestação de "assistência à pessoa dotada dessa faculdade, [desde que] comprovado por profissionais especializados". Essa comprovação é justamente um mecanismo para que se tenha certeza de não se tratar de um caso de charlatanismo.
Textos
psicografados por médiuns como Chico Xavier e Jorge José Santa Maria (da Sociedade Beneficente Espírita Amor e Luz, no Município de Porto Alegre) já foram incorporados a processos criminais na forma de provas documentais.
neurocientista Núbor Orlando Facure acredita ser a mediunidade um fenômeno fisiológico, universal e comum a todas as pessoas, e que pode se manifestar de diferentes maneiras. Nos estudos que realiza, busca compreender a relação entre os núcleos de base dos automatismos psico-motores e aqueles que geram o fenômeno da mediunidade. Em entrevista dada à revista Universo Espírita (N°35, Ano 3), Facure aponta que os
neurônios em espelho podem ser os responsáveis pela "sintonia" que permite "sentirmos no lugar do outro". No entanto, Facure admite que isso são apenas conjecturas e que atualmente não existe comprovação científica de que o fenômeno se dê dessa forma.
Em pesquisa realizada por Frederico Leão e Francisco Lotufo, Médicos-psiquiatra da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, constatou-se uma melhora dos aspectos clínicos e comportamentais de "650 pacientes portadores de deficiências mental e múltiplas" ao submetê-los a um tratamento espiritual realizado através de reuniões mediúnicas. Como resultado do estudo, os autores sugerem a "aplicação do modelo de prática das comunicações mediúnicas como terapias complementares.

As polêmicas em torno da mediunidade baseiam-se, em grande parte, pelos argumentos apresentados por algumas religiões cristãs de que a Bíblia, supostamente, mostraria que todos os "espíritos" seriam demônios comandados por Satanás, com o simples intuito de realizar diversos tipos de "enganos".

Mas esse argumento encontra contradição no próprio fato de que já foram psicografados diversos textos com ensinamentos sublimes, totalmente de acordo com os ensinamentos de Jesus, o que não condiz com as características que normalmente são atribuídas a um demônio.
Já para a
Doutrina Espírita, a Bíblia não condena a prática mediúnica em si - pois esta seria fundamentada em um fenômeno natural - e sim o uso dos recursos mediúnicos para finalidades frívolas ou em proveito próprio. Condenação esta com a qual o Espiritismo inclusive concorda.

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